quinta-feira, 30 de abril de 2015

Ed Sheeran: Turnê "X", eu fui!

Sempre que eu tenho um show programado, ou pouco antes de ir pra algum evento que eu sei que vai me impactar de alguma forma, eu sempre penso no que vou escrever no blog no dia seguinte, porque eu simplesmente não consigo não compartilhar. Eu acho que parte da diversão está em me deixar levar, em deixar a música e o artista me invadir e me mudar, mas outra parte está em compartilhar, dividir, surtar com quem sabe surtar com você.

Ontem não foi diferente, enquanto eu me arrumava pra ir, falei pra uma amiga que já estava pensando nesse post, enquanto surtava com todas as músicas que eu sabia que estariam na set list do show de ontem, mas nada do que eu tenha pensado em escrever faz jus ao que eu vi e vivi no dia 29.04.2015.

Mr. Ed Sheeran tem toda aquela vibe e aquele jeitinho do patinho feio, aquele nerd de óculos que chega na festa, pega seu copinho e senta no cantinho, tímido e quieto, pra só observar, enquanto bebe pra ganhar alguma coragem, mas quando pega o violão, fecha os olhos e começa a cantar ele tem o dom de fazer todas as meninas (e meninos, sim, o Espaço das Américas estava LOTADO) largarem seus namorados, acompanhantes, whatever e sentar, no chão, na frente dele e se deixar levar...

O resumo do show? Uma banda de um homem só.

Em uma época em que quanto mais melhor, de grandes produções, fogos, efeitos, telões de led, trocas de figurino, dançarinos e etc, chega um ruivinho, tímido, com seu violão, em um palco sem qualquer frescura ou grande superprodução, dois ou três microfones, seus pedais de looping e o mundo para. Simples assim, para!

E não para só em "Thinking Out Loud", não. Muita gente pensou que os ingressos estavam esgotados por causa do sucesso que esse música fez/faz no Brasil e quem imaginou que era show de um sucesso só, não podia estar mais enganado.

O Ed entrou no palco pontualmente as 21h30 (como bom britânico que é) vestindo a camisa do Brasil, e saudando a gente com "I'm A Mess", entoada por todas as boas almas que estavam no lugar. Não teve uma única música que a plateia não soubesse cantar.

Por várias vezes ele parou e deixou a gente cantar e era arrepiante ouvir aquele coro de vozes, coro que ele sabe usar muito bem. Contando apenas com a própria voz, o violão e os pedais, o Ed sabe usar o público a seu favor, dividino a platéia em lados, dando uma nota musical pra cada um e quando está todo mundo no rítimo, ele canta em cima... de arrepiar!

De arrepiar foi "Kiss Me" seguido de "Thinking Out Loud" (com o povo indo ao delírio), "The A Team", "Protograph", "Lego House", "I See Fire", "Tenerife Sea", "Bloodstream" e muito mais.

Outra diferença de vários shows que eu já fui é que você é sempre surpreendido, as músicas nunca são uma cópia do que você ouve no CD, em casa. Ele trabalha a música na hora, colocando raps, pausas, e ela só acaba quando ele quer que ela acabe. Não é a música que controla o cantor, é o cantor que tem total controle da sua criação.

Existem shows que me fazem voltar a ser criança, ter aquela sensação de ansiedade, de euforia de quando você é pequeno e sua mãe te esquece na loja de doces. Outros me fazem lavar a alma, colocar pra fora tudo que tá engasgado, como se fosse uma montanha russa em que você pode gritar o quanto quiser que ninguém vai notar. O show de ontem me trouxe uma sensação de satisfação, de surpresa, de calma, daquele tipo que a gente só consegue quando alguém faz carinho e fala baixinho no nosso ouvido.

O lugar podia estar lotado, a música podia ser alta, eu posso ser baixinha e ter tido uma visão limitada (life sucks), mas ele cantou baixinho só pra mim, e minha alma agradece.


Meus videos estão no IG.

Um vídeo publicado por Danielle Mansani (@dannynhamansani) em



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