A primeira reação da maioria das pessoas que me conhece ao me ouvir dizer/postar que eu estou assistindo a um jogo de futebol americano ao invés de ver novela, seriado, BBB, etc é: "você gosta disso?" e a minha resposta é automática: "eu aodoro, sou completamente viciada!".
Mas nem sempre foi assim.
Eu, assim como outras tantas pessoas, até bem pouco tempo atrás, também achava que futebol americano era uma selvageria, um bando de troglodita correndo atrás um do outro, se atirando um em cima do outro fazendo "montinho" sem qualquer propósito a não ser sair vivo, e com todos os membros, no fim do jogo. Mas eu hoje sei que estava super errada.
Há uns três anos atrás, num domingo qualquer, eu estava com insonia e sem absolutamente nada pra ver na TV resolvi deixar na ESPN. Tava passando um jogo de futebol americano, final da temporada regular da NFL, e o que me chamou a atenção naquele dia, confesso, não foi o jogo, até porque, eu não entendia uma pipoca de nada daquilo que eu estava vendo, mas a irreverência do narrador e do comentarista. Mesmo sem fazer a menor ideia do que estava acontecendo, eu ria das bobeiras e das brincadeiras, dos comentários ácidos e divertidos, afinal, eles esculachavam os jogadores e as jogadas sem dó nem piedade, e isso era novidade num mundo onde puxar saco e dourar a pílula é lei.
First down, primeira pra quarta, tackle... tudo isso era grego pra mim, eu só via um monte de gente correndo e ria das bobagens que o Everaldo Marques e o Paulo Antunes falavam, mas foi justamente isso que me fez ligar a TV no dia seguinte, e na próxima quinta, e no domingo próximo e quando eu dei por mim eu já entendia algumas coisas, porque reparei que mais do que comentar e me fazer rir, eles também ensinavam o jogo.
Depois de alguns (vários) jogos eu já tinha entendido que cada time tem quatro chances pra andar um número determinado de jardas (10), e que first down é justamente quando o time atinge essa marca. Tinha entendido, também, que cada touchdown equivale a seis pontos, que o ponto extra, como o próprio nome diz, é um ponto extra (duh), e vários outros conceitos.
Hoje, três temporadas depois, eu ainda me considero uma novata. Não sei todas as regras, os milhões de jogadas (que se nem os quarterbacks sabem de cor, não sou eu quem vou saber) e as penalidades (mas sei que bandeirinha amarela sendo atirada em campo significa "falta na jogada"). Não sei o nome de todos os jogadores, de onde vieram e os detalhes das suas carreiras. As posições em campo também ainda são um enigma que eu aos poucos (e com a ajuda do infográfico) vou desvendando.
Eu aprendi a gostar do jogo, do jogo em si, a ver mais do que a violência que, apesar de existir, não é deliberada e sem propósito. Aprendi a ver que o objetivo é andar jardas, conquistar terreno e plantar a "bandeira" na end zone mostrando pro time adversário quem é que manda na bagaça. Os tackles são ossos do ofício, faz parte, mas não é o objetivo final se arremessar e arrancar a cabeça do coleguinha.
Não sou capaz, ainda, de dizer que sou torcedora desse ou daquele time. Sei os times que eu absolutamente não suporto (Dolphins, Colts...) e aqueles pelos quais tenho um carinho especial (Patriots, Seahawks, 49ers e Green Bay), mas se o jogo é bom, eu tô dentro! Não me importa se é NFL ou os jogos colegiais, eu gosto é do jogo e assisto o máximo que eu puder.
Hoje é dia de Super Bowl, Patriots x Seahawks, dois times pelos quais tenho empatia e carinho, mas os Patriots foram o primeiro time que vi jogar, foi com eles que tudo começou e é pra eles que eu vou torcer. Brady, Gronk ♥, Amendola, Arrington, Edelman, Garoppolo, LaFell... boa sorte! #GoPats
Aos narradores/comentaristas que conseguiram segurar a minha atenção por tempo suficiente pra que eu quisesse ver de novo e de novo o jogo (Everaldo, Paulo, Mancha, Romulo Mendonça, Antony...), muito obrigada!
E que venha a temporaa 2015/2016!
PS: Aos "entendidos", se eu escrevi alguma besteira, desculpa, eu só queria deixar registrado como eu me apaixonei pelo jogo em si.
Nenhum comentário:
Postar um comentário