sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Es-pe-ran-ça...


Ouvi hoje de manhã, no jornal, o trecho de um poema, na verdade, o finalzinho dele, e por isso pouco entendi, mas ele me fez lembrar que um dia, num passadinho, me chamavam de "meninas dos olhos esverdeados" o que me instigou a procurar pelo texto na íntegra. É bonitinho, leve e cai bem para o final do ano.

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano 
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...

(QUINTANA, Mario. "Nova Antologia Poética", Editora Globo - São Paulo, 1998, pág. 118.)

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