sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Eu gosto de romance!


Provavelmente você deve estar se perguntando: "E quem não gosta?". Bom, eu não estava falando propriamente do tipo de romance de início de namoro e que, se você tiver muita sorte, vai se prolongar por além do casamento - se você casar -, mas sim, eu também gosto desse tipo de romance. Quem não gosta, afinal, de flores e corações? (parafraseando Anastacia Rose Steele)

Mas o que eu estava qurendo dizer é que descobri que gosto de livros de romance, sejam eles eróticos ou não. Me julguem, mas qual o problema de gostar de livros que sejam eróticos? Não vou entrar nesse mérito, acho que cada um lê o que lhe agrada e o que, de certo modo, lhe faz bem. Seja para acrescentar conhecimento ou para, simplesmente, dar asas a imaginação.

Talvez eu tenha descoberto isso apenas agora porque nunca tivesse dado uma chance a esses livros antes. Romances sempre foram tachados de coisas de mulherzinha, aquelas donas de casa dos anos 1900 e lá vai bolinha que, sem uma vida social ou profissional, ficavam em casa lendo folhetins de bancas de jornal e sonhando com aquele mocinho gente fina, atraente, sensual e quente que os autores retratavam. Pode ser. Talvez seja porque, nos últimos anos estive muito presa aos livros pedidos no colégio, depois aos livros exigidos no vestibular, culminando com um sem número de livros jurídicos que inundam as minhas prateleiras, esmagando um ou outro livro não acadêmico perdido por ali,

O fato é que eu redescobri a leitura, seja como for, acho que isso é sempre bom.


Em abril passado viajei para fora do país, quem acompanha meu blog sabe, e me deparei com o maior zumzumzum em torno de um livro escrito por uma britânica, o famoso "Fifty Shades of Grey". Confesso que não dei muita trela, até porque, não tava nem um pouco a fim de ler um livro em inglês e sequer fui atrás da sinopse pra saber do que se tratava. Em toda estação de metrô que eu entrava, em Londres, lá estavam os cartazes e todos os tipos de propaganda, mas foi só quando cheguei no Brasil que resolvi meter as caras e ver do que se tratava.

Baixei o primeiro livro da internet e comecei a ler. Num primeiro momento, pra quem não faz ideia do que está lendo, parece um livro como tantos outros, até que a história começa a caminhar e, com ela, as infindáveis cenas de sexo, mas o que me encantou, de tudo isso, é o romance que existe por trás. De forma transtornada, dúbia ou "não convencional", o que me dragou ali, de verdade, foi aquela paixão incomensurável, aquele desejo desenfreado de ser um do outro, seja como for. 

Sejamos sinceros, se o sexo, puro e simples, não é capaz de manter um relacionamento, quiçá um livro, né? É preciso ser mais que isso, e a trilogia, a bendita trilogia de "Fifty Shades of Grey" ("Cinquenta Tons de Cinza") consegue fazer isso. Ela consegue flutuar entre o sexo selvagem e a paixão arrebatadora. Entre o amor melado e o ódio cego. Entre medos, traumas e redenções de forma intensa, mas não menos leve, não mais pesada do que deveria ser, na medida pra nos manter presos, atados, querendo saber mais, tão ansiosos por informação quanto a mocinha do livro. 

A realidade é que o que nos encanta nos livros é exatamente aquilo que sonhamos um dia ter. Quem nunca quis se apaixonar perdidamente por uma pessoa que também é perdidamente apaixonada por você e que, por você, por vocês, é capaz de fazer qualquer coisa, chegando aos extremos (mas não tô falando de nenhum maluco capaz de matar ninguém, heim? Tô falando da paixão, do romance sadio, aquele que a gente sonha quando é criança...)

Crescemos com histórias de princesas que esperam por seus principes em cavalos brancos, esperamos que um dia possamos encontrar o nosso também, mas ai vem a realidade e esmaga a gente. A verdade é que romantismo é um conceito ultrapassado até pra aqueles que escrevem sobre romance, todo mundo aceita que os tempos são outros, as culturas são outras e quando algum último romantico incurável é achado, pode ter certeza ele é "um achado."

Mas, se quando pequenas podemos sonhar com isso, porque depois de grandes, adultas, com profissões e carreiras, não? Por que é "errado" querer ler livros que nos façam querer acreditar, de novo, que um pouco de "flores e corações" é possível? Por que é um tabu tão grande quando livros assim são lançados (desde que o mundo é mundo), dividindo o mundo em "pró" e "contra" Grey? (Tô usando o nome dele apenas porque é o livro mais comentado no momento, mas poderia falar de Gideon ou até, quem sabe, de Travis, embora esse último seja mais um mocinho rebelde do que propriamente dito um homem controlador e sedento por sexo em todas as formas possíveis).

Não estou aqui fazendo uma propaganda para o livro, não mesmo, acho que leitura é gosto, é vontade, é necessidade de se jogar em alguma coisa que fuja ao seu controle e que te controle ao ponto de te levar a lugares que você não pode ir sozinho. Também não estou defendendo os amantes de romances (eróticos ou não) e nem criticando aqueles que veem nesse tipo de leitura uma coisa vazia, desvirtuosa, que afronte seja lá o que for, mas me dando conta de que foi assim que descobri que gosto de romance.

Sexo ou não, erótico ou não, gosto dos galanteios, dos gestos, do cuidado, da atenção. Gosto do romance em si, daquilo que ele representa e de como nos faz sentir. Gosto de esperar pela reação da mocinha e de imaginar o que o mocinho fará. Me sinto feliz (superficialmente, claro) quando vejo uma cena melosa (sim, eu sou assumidamente melosa), dou risada das piadas sem graças, porque sei que, no fundo, em momentos assim, elas tem graça só pra gente mesmo e que se dane o mundo, afinal, pra todo apaixonado, o nosso mundo é aquele ali...

É, eu definitivamente gosto de romance. E se me permitirem indicar minhas últimas leituras, seguem:

  • Trilogia "Cinquenta Tons de Cinza" (em inglês e português. Para quem puder, eu recomento a versão original, em inglês, é muito mais encantadora) - Livro #1 | Livro #2 | Livro #3;
  • Trilogia "Crossfire" - Apenas o primeiro livro "Toda Sua" ("Bared to you") porque os livros seguintes ainda não foram lançados no Brasil. 
  • "Belo Desastre" - Esperando ansiosamente por "Walking Desaster", que é escrito na visão do Travis.
  • "Anna e o beijo francês."


Não vou fazer nenhuma sinopse aqui porque o intuito do post não era esse, mas se alguém quiser saber minha opinião pode tanto me achar no skoob quanto me perguntar no twitter.

*PS: Antes que me perguntem, não, esse não foi o primeiro livro que li assim. Quando tinha uns 13 anos peguei um livro de Sidney Sheldon na biblioteca da escola. Para quem quiser: "O Outro Lado da Meia Noite" e "Lembranças da Meia Noite". Mas com 13 anos, ha uns anos atrás, só queríamos brincar de boneca, então me senti revolucionária e um pouco constrangida, já que ainda era uma criança. Desde então, não reli esses livros, embora os tenha.

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