quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O vazio da despedida.

despedida
des.pe.di.da
sf (fem do part de despedir) 1 Ação de despedir ou despedir-se; separação, partida, adeus. 2 Conclusão, final, termo.


Despedir-se, dizer adeus, até logo, até breve...

Superar uma fase, encerrar um ciclo ou ansiar pelo começo, recomeço de um novo momento que, termporariamente, encerrou-se.

O fato é que toda despedida começa com a partida de algo ou alguém, com um momento, breve, ou não, de silêncio, solidão, vazio.

É certo que algumas despedidas são repentinas, inesperadas, dilascerantes; outras são repletas de esperança, de ansiedade, de novidade, mas nem por isso, menos dolorosas. Dói pra quem vai, dói pra quem fica. O certo é que despedir-se é sempre um momento de abdicação, um instante em que você abre mão da presença, do convívo, da proximidade em detrimento de uma lacuna.

Hoje, sentada sozinha na minha poltrona, olhando o rio sob meus pés, eu entendo (ou vivencio), a dor da despedida, mais uma vez. Dói saber que você está indo pra casa, mas que parte sua está ficando pra trás, lá embaixo, no leito do rio.

Por mais que a gente saiba que cada segundo valeu a pena, que as memórias estão guardadas dentro de nós, nada disso supre a vontade de pular de um paraquedas e voltar ao ponto de onde saímos e onde está guardado o nosso coração.

Mesmo com todos os tempos e contra-tempos, com todas as dúvidas e incertezas que as vezes possamos ter, e mais, mesmo com a certeza de que a cada despedida o laço não afrouxa, não enfraquece, não se rompe, mas ao contrário, se une cada vez mais, de forma mais sólida, mais firme, mais eterna, é a certeza de estar indo embora do lugar onde você queria, deveria estar, que faz com que todos esses momentos transformem-se em água...

Água grossa, límpida e salgada que insistem em cair dos meus olhos, sem aviso, sem piedade, e que só vem comprovar o que eu já sabia: dói partir.

As vezes me questiono se ainda vou me acostumar com isso, se no futuro conseguirei voltar pra "casa" sem a companhia das minhas lágrimas, mas quando eu acho que me habituei ao ritual do adeus, de olhar pra trás, da porta, e não mais ver nenhum rosto conhecido, não mais me sentir presente, eu percebo que estava errada.

O que me consola é saber que, independente do que acontecer, eu sempre terei pra onde voltar.

(Esse texto foi rascunhado enquanto eu cruzava os 915km que me separam de onde eu queria estar. 09/11/2011)

Trilha sonora: In My Place (Coldplay)

Um comentário:

Tah disse...

Que lindo Fro *-*