domingo, 22 de setembro de 2013

Rock in Rio 2013: Eu Fui!

 Rock in Rio: Eu fui!

Eu sobrevivi, bloguinho, a uma das maiores loucuras da minha vida! O Rock in Rio é, simplesmente, a coisa mais insana que eu já fiz na vida. Nenhum show, de nenhum artista, por mais cheio que seja, te prepara para o que você vai viver na cidade do Rock, não mesmo!

Como eu não gosto de fazer nada correndo, cheguei no Rio na 5a feira, dia 19, mesmo meu show sendo apenas no dia seguinte. Aproveitei pra me enteirar de como as coisas estavam funcionando por ali e, principalmente, descobrir como eu voltaria para o hotel (pois minhas experiências com o transporte público na cidade maravilhosa, não são das melhores). As notícias não foram muito boas, como eu esperava. Fui informada de que eu teria de voltar a pé (desde o terminal Alvorada) e de que, claro, era longe. Então preferi engolir meu Rock Card 1a Classe e me render à van do hotel (que salvou minha vida lindamente). E se você vai me perguntar sobre táxi, guarde sua pergunta, a resposta virá.

Então, chegou dia 20. Uhul! Minha van saiu do hotel as 15:30 com direção à Cidade do Rock, dia lindo, sol, calor, nada de chuva, tudo na mais santa paz. Cheguei fácil, apesar de ter descido depois do Rio Centro, e a distância percorrida à pé não foi nenhum absurdo como se andou dizendo por ai, não. 10 minutos de caminhada numa linha reta não matam ninguém. A entrada foi fácil, sem filas, sem maiores complicações e logo eu tava lá dentro.



A primeira coisa que eu fiz foi me inscrever pra tentar ganhar uma tatuagem. De graça gente, não custava nada. De lá encarei a fila da roda gigante. Uma hora na fila, tranquila, ela andou rápido e de lá vi os fogos (outro show a parte) anunciando o início das atividades no Palco Mundo com o show do Frejat. A vista lá de cima é absolutamente linda e justifica o tempo de fila. É de lá, e só de lá que você tem a real noção do tamanho, da proporção da coisa. O espaço é gigantesco e tudo fica minúsculo! E super, mega, blaster iluminado e colorido. A roda gigante, em si, já é uma coisa linda, um mundo a parte.



Infelizmente eu não consegui andar pela Rock Street e nem ver nenhuma apresentação na Street Dance. Como eu ouvi por lá "você precisa vir um dia pra andar e um dia pra ver o show". A maior verdade de todas.

Depois de descer da roda gigante já fui logo arrumando um espacinho pra ver o show do Matchbox Twenty. Fiquei longe do palco, mas isso é um pleonasmo, todo mundo ficou longe do palco, a não ser que você tenha vocação pra sardinha em lata e tenha alguma disfunção fisiológica que te permita ficar mais de 12h sem fazer xixi, comer ou respirar, porque é insano ficar na grade nesse tipo de evento. INSANO! Enfim, fiquei pertinho do fim da tiroleza, mais pra lateral do palco, mas os telões supriram bem a falta de visão do palco.

O som, pra mim que não sou entendida dos aspectos técnicos da coisa, estava ótimo. Se ouvia bem de todos os lugares da Cidade do Rock, sem nenhuma falha, microfonia ou coisa do tipo. Ponto positivo.

Confesso, eu conheço muito pouco do trabalho do Matchbox Twenty, mas curti a apresentação deles, foi um show bem bacana e que a galera aproveitou bem. As poucas músicas que eu conhecia eu aproveitei pra soltar a voz, nas demais eu aproveitei pra apreciar a beleza do Sr. Rob "Delicia" Thomas. Olhar não tira pedaço, né?

Os intervalos entre shows (de 30 minutos) serviam pras pessoas se sentarem na grama ou pegarem algo pra comer. Eu comi um cone de batata frita que custava o preço de batata pra dois meses, mas era isso que tinha, era isso que ia ser mesmo, porque eu não nasci pra passar fome. E a batata era decente, gostosa, quente e com sal. Tava ótimo!

O show principal da noite era Bon Jovi, mas pra mim quem roubou a cena foi o Nickelback. Apesar de ser uma banda que eu ouvia mais na época de colégio e que perdi contato nos últimos anos, ela me surpreendeu de um jeito muito positivo. Os caras fizeram um show memorável, uma energia inacreditável, uma alegria contagiante, satisfação e honra mesmo de estar ali no palco principal de um dos maiores festivais de música do mundo e eles não decepcionaram. Cantaram todos os maiores sucessos e foi lindo demais ouvir aquelas mais de 100 mil pessoas cantando "Photograph" (que é mais recente) ou "How You Remind Me" (das antigas), "Too Bad" também foi foda. O show foi todo muito foda, e mesmo quando eu não conhecia a música na integra ou coisa parecida, era impossível não se empolgar, porque eles levantaram a galera mesmo! Super honrou a noite, na verdade, salvou a noite. Nickelback definitivamente entrou pra minha lista de bandas queridinhas e que eu super vou ver um show na próxima passagem por aqui.


Bon Jovi, já, não me agradou. Era a atração principal, a que todos esperavam, inclusive eu, mas foi entediante, pra dizer o mínimo. O cara pode ter anos de carreira e tal, mas não me motivou. Fez um set list pra quem é fã de carteirinha e conhece a discografia completa, mas esqueceu que era um festival e que ele tinha que agradar gregos e troianos e, na minha opinião, não rolou. Lá pelas tantas uma boa galera já tinha ido embora e quando ele perguntava "Are you with me" ouviam-se muitos "Nãããããos", eu, particularmente, não via a hora de ir embora, porque me deu sono.

Andar? Isso é coisa que não se dá pra fazer lá dentro. Chegou, parou, ficou! Se tentar andar ou mudar de lugar você vai ser esmagado, soterrado e ninguém vai perceber que você está sufocando sem ar. É insano a quantidade de pessoas e ver que o espaço é quase insuficiente. Muitos sentam no chão e tornam a caminhada ainda mais perigosa, é quase uma mina terrestre onde as bombas são as cabeças das pessoas. E a quantidade de lixo espalhada não torna nada mais fácil. Você nunca sabe se está pisando numa mão ou num resto de hamburguer!

Em questão de segurança eu não posso reclamar. Não vi nenhuma ocorrência relevante, tirando o sem números de bebados querendo fazer gracinha e um babaca que resolveu derrubar a bandeira da Espanha, mas a segurança saiu de um buraco no além e agarrou o cara antes da bandeira chegaar no chão (literalmente).

Uma curiosidade? O banheiro masculino, como todo mundo sabe, não é lá muito privativo, né, é todo mundo em filinha fazendo xixi no negócinho lá, mas a falta de privacidade alcançou um novo nível no Rock in Rio. Todo mundo que estava na Roda Gigante conseguiu ver todos os meninos segurando a "mangueirinha" e fazendo xixi, de camarote. Só não deu pra assuviar porque ninguém ia ouvir.

Agora, vamos ao assunto taxi. Bom, eu tinha minha van com horário marcado, mas não posso deixar de falar do desrespeito dos taxistas e do "botão do foda-se" da fiscalização. Vi várias pessoas quase implorando pro taxista pegar a corrida, e vi vários taxistas que sequer abriam a janela pra ouvir o passageiro, eles simplesmente faziam mimica pedindo que a pessoa falasse pra onde ia, se não agradava, eles simplesmente saiam andando. Taxímetro? Nem pensar! A coisa é no preço fechado (o que acontece em toda saida de show, por sinal). A policia e a fiscalização, aos baldes, tavam nem ai, era a festa da uva, no pior sentido da palavra. Nessa hora eu agradeci por ter desembolsado um pouquinho a mais e garantido minha paz de espírito... e meus pés.

Cheguei no hotel pra mais de 4:40 da manhã, o bagaço da última laranja da história da humanidade. Meus pés queimavam, meu sono era maior que minha fome que só não era maior que minha vontade de ir ao banheiro. Desmaiei, apaguei de verdade, acordei no sábado pra mais de 11 da manhã e isso porque o celular do meu irmão tocou, senão eu teria dormido até domingo.

Minha conclusão? Super vale a pena, ao menos uma vez na vida, é uma experiência que não se tem em outro lugar. Uma experiência audio-visual, que aguça todos os sentidos; uma experiência pessoal, porque você encontra pessoas de todos os lugares, dos mais diversos tipos e culturas, é uma troca muito bacana. Mas, e eu disse MAS, é uma experiêcia que eu só repetiria por um show ou uma banda muito foda. Não dá pra encarar isso pra ver qualquer porcaria não.

Que venha 2015 e que o line-up seja melhor que esse ano. Estarei lá!

Nenhum comentário: