sábado, 20 de abril de 2013

Feliz 20º Aniversário, @backstreetboys!!!!




Eu não lembro se tava frio ou calor, não lembro também que roupa eu usava ou o que eu estava fazendo no quartinho da bagunça, na casa da minha avó, quando ouvi, pela primeira vez, uma música no rádio que realmente me chamou atenção. Lembro sim que era um domingo e que eu estava na ponta dos pés pra pegar algo na prateleira, bem mais alta que eu, onde também ficava o aparelho de som, prata, antigo, quando parei tudo pra ouvir. Eu não sabia inglês, cantar então nem pensar, mas gostei da música logo de cara, embora não fizesse ideia de quem estava cantando. Nunca tinha ouvido. Lembro que sai do quartinho sem pegar seja lá o que fosse que eu estava tentando, mas cantarolando a melodia da música, da primeira música de uma longa e deliciosa história.

Na época, lá pelos idos dos anos 90, internet era quase uma coisa extra terrestre, fazer busca no google ou no youtube, nem pensar. Pra descobrir o que e quem era que eu tinha ouvido tive que fazer plantão sentada na frente do rádio até o radialista falar: Backstreet Boys.

Essa era toda informação que eu precisava pra começar a procurar: CDs, revistas, posters (meu sonho sempre foi ter um na parede, mas como eu morava e dormia com minha avó, nunca que ela deixaria eu ter um bando de homem lindo pregado nas paredes branquinhas dela), singles... Sim, singles! Na época, no Carrefour, eles eram vendidos a 10 reais, e eu vivia pedindo dinheiro pra minha avó pra poder comprar. Ela também me dava um pouquinho por semana pra eu ir me divertir revirando as bancas de jornal em busca de coisas novas.

Os anos foram correndo, as músicas foram estourando, minha coleção foi aumentando e eu me via, pela primeira vez, descobrindo a MTV. Todos os dias era um desespero estar em casa no horário do Disk MTV, porque mais certo do que 2 e 2 são 4, os Backstreet Boys estariam lá. Quantas fitas VHS eu não gravei de clips, aparições, especiais, qualquer coisa. Tinham os boys, eu tava lá.

Meu primeiro material em video, deles, foi um presente de um amigo da minha mãe que morava nos Estados Unidos e que, tentando me agradar (e conseguindo lindamente) me deu o VHS do "Live in Orlando" que vinha, de brinde, com uma fita k7 com os singles de Millennium. (Eu estou escrevendo e olhando esse presente brilhando ali na minha prateleira).

Quantas vezes não pulei na cama gritando e comemorando o primeiro lugar deles nos programas da MTV, e minha mãe chegava em casa e já sabia direitinho o que estava acontecendo. E as coreografias dançadas do lado da cama enquanto os clipes passavam na TV? Eu ainda sei todas elas... Quantas vezes não parei tudo pra ouvir, ler, pensar, sonhar (afinal, sonhar ainda é de graça). 

Quantas vezes eles não me fizeram chorar, me fizeram rir, me ajudaram a superar. Cada música, cada letra, todas elas me tocaram e ainda me tocam de forma diferente, todas elas, de algum modo, fizeram e ainda fazem parte da minha vida, e olha, tenho que dizer, farão para sempre, com muito orgulho.

A vergonha que eu e as meninas passamos ao apresentarmos, na escola, na 8a série, o video gravado na casa da minha avó paterna, onde cantávamos E dançávamos "Everybody" pro projeto de inglês. Cada uma representava um dos meninos e eu, apesar de ser Carter desde sempre, acabei sendo o AJ: macacão bege roubado do meu irmão, assim como o boné, que eu fiz questão de enfiar na cara pra ninguém me ver mais do que o necessário. Graças a Deus ainda não existia o Youtube.

Quantas vezes "Never Gone" não me fez pensar na minha falecida avó, que se fosse viva já teria me dado meia dúzia de tapas na cara pra eu parar de surtar. Lembro de ela me falar pra eu nunca ser uma dessas meninas histéricas que dormem em filas... Em fila eu nunca dormi, mas não posso garantir que não vou ficar histérica uma hora ou outra. Quando fui a primeira vez em um show deles, em 2001, na Turnê "Black & Blue", eu me lembrei disso e pensei que minha avó estaria rindo de mim, esteja onde ela estiver. 

E quantas vezes eu não cantei "Evergreen" a plenos pulmões quando eu estava muito feliz? "Color my World" quando eu estava carente ou "Close my Eyes" quando eu estava triste. Quantas vezes não gritei as letras de "I Just Want You To Know" simplesmente porque ela é minha música favorita, ou de "Get Another Boyfriend" porque ela é contagiante, e até o celular da minha mãe tem um toque Backstreet (o ringtone dela é "That's The Way I Like It"). 

Eu estava lá, em 2001, no Anhembi, usando minha faixinha escrito "Nick" (que eu tenho até hoje), eu estava lá em 2009, no Credicard Hall, eu estava lá, em 2011, no Chevrolet Hall (em Belo Horizonte), um dos dias mais especiais da minha vida, quando finalmente pude conhecer eles ali, de pertinho. Nunca vou esquecer o carinho e a educação do AJ e muito menos, mas muito menos o sorriso largo, lindo e os olhos azuis mais mais mais que eu sempre amei do Nick, a mãozinha no meu ombro... *suspira*. Eu também estava lá em 2012, em Manchester e Londres, graças às oportunidades que Deus e minha mãe sempre me deram (mãe que foi comigo no show), onde realizei outros sonhos, onde fiquei mais perto deles, onde deixei meu coração mais uma vez.

Vinte anos... são vinte anos de uma história que não terminou e que eu espero que não termine tão cedo. São vinte anos de memórias, de músicas, de amizades, de pessoas especiais que eu conheci no caminho e que vão ficar guardadas no meu coração pra sempre, seja como for. São vinte anos de um carinho que eu não achei que pudesse ter por pessoas que não fazem parte do meu circulo real, mas que, de alguma forma, sempre estiveram comigo. Vinte anos gravados na pele (na minha tatuagem), na cabeça e no meu coração.

Obrigada pelos vinte anos de alegrias e memórias, Backstreet Boys. Que venham mais vinte.

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