quarta-feira, 7 de março de 2012

Rendição.


Eu tô cansada. Cansada de tudo ou quase tudo.

Cansada de ser sempre o riso e o sorriso certo, cansada de ser o braço aberto, a mão estendida, o colo e o afago. Eu tô cansada de chorar, de pensar, de sentir. Sentir raiva na mesma proporção em que sinto amor.

Eu tô cansada de ver, ler, ouvir e sentir. Eu tô cansada de esperar e não chegar, caminhar e não alcançar, patinar, rodar em falso, ir e voltar na mesma tecla.

Eu tô cansada, tão cansada de ser sozinha, de ser a única, de esperar, de querer o que eu sei que não vai chegar. Eu tô cansada de ser forte, de ser sempre forte, de colocar as minhas dores pra trás, de fingir que tô bem, de esconder as minhas cicatrizes.

Tô cansada de ter medo, de ficar assustada, me sentir acoada. Cansada de ser insuficiente, de ser mais uma, de não ser nada.

Eu tô cansada. Tão cansada!

Cansada de esperar, de rezar, de pedir, de explicar. Eu tô cansada. 

É como criança que briga com o sono. Eu luto, reluto, tento manter os olhos abertos, mesmo sabendo que uma hora eu irei sucumbir, me render, me entregar. Eu não quero! Mas eu tô tão cansada!

Eu tô cansada da filosfia Franciscana, do amar mais que ser amado, do compreender mais que ser compreendido, eu sou humana, eu tenho carne, osso, meu sangue corre, ele ferve, ele queima e eu quero explodir.
Ai, eu tô cansada, mas mais que isso, eu tô derrotada.

Um comentário:

Anônimo disse...

Escrever é libertador. A vida podia ter um botão de pausa,não é mesmo?